Qual a ordem pro progresso?
Exposição individual / Solo exhibition
Segundo o linguista francês Émile Benveniste cada signo por si só não possui significado relevante pois a linguagem é um sistema de signos socializado, ou seja, os elementos só adquirem significado quando inseridos em contextos de inter-relação. Os conceitos de linguagem e cultura não existem de forma isolada.
Utilizar a bandeira do Brasil nos dias atuais se tornou extremamente direcional a partir de uma perspectiva partidária. Diante deste cenário frustrante, busco, de forma crítica, explorar justamente a dissociação entre os elementos geométricos e a cartela cromática, de maneira a burlar a linguagem, permitindo assim a proposição de uma discussão política e cultural.
Esta exposição visa expandir a percepção de forma, função e significado através de um estudo plástico e sensorial profundo de elementos que compõem parte da nossa identidade cultural como brasileiras(os). Carregados de simbolismos, os materiais, típicos do nosso cotidiano, são essenciais para a composição e compreensão do conjunto de obras e ideias expostas.
Implantada em 1889, ela, a bandeira do Brasil, já assumiu diversos papéis na história e a sua imagem está intrinsecamente relacionada a sensações, emoções e ações - sejam elas sociais, políticas ou plásticas. Proponho ativamente, em ano eleitoral, um mergulho geométrico, espacial e antropológico. A mostra apresenta novas formas de olhar para o símbolo que nos representa, uma vez que este foi capturado em sua totalidade e ostensivamente utilizado contra a nossa própria cultura nos últimos anos.
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fotos:@paula_faraco