Daquisóeumetiro
performance, saco de ráfia / performance
Trata-se de um alargamento da percepção do corpo e do espaço. A artista reitera através desta performance a sua pesquisa que observa a corporeidade dos materiais e suas diferentes conformidades. Ela aqui pontua a relação entre força e tempo e se permite atravessar a matéria, desfazendo a trama imposta pela ráfia, apenas com o uso das próprias mãos.
Descrição da performance: A artista se prende dentro de um saco de ráfia. O ambiente é abafado, pequeno e a trama bastante resistente. Ela exercita a presença e a calma enquanto aos poucos cria uma abertura que se inicia com a espessura de um dedo e acaba com a largura dos seus ombros.
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Fresta: abertura por onde passa luz.
Rasgar pra aprofundar. Atravessar os medos, desencorajar fronteiras mentais. Ninguém além de mim criará a estrada, ninguém além de mim construirá a ponte por onde passarão os meus pés.
Nós criamos o nosso caminho, só voa quem sai do casulo, quem aceita encarar. Lá no fundo tem um alivio encantador. Inspiro novamente antes de dar o próximo passo e sigo em frente até a pele perder a cor e os movimentos já não responderem aos meus comandos, continuo mesmo assim, pois estagnar, não faz parte do que é vivo.
Gap: an opening through which light passes.
Rip it to go deep. Go through fears, discourage mental borders. No one but me will create the road, no one but me will build the bridge where my feet will walk.
We create our own path, you can only fly if you leave the cocoon, if you accept facing things. Deep down there’s this enchanting relief. I inspire once more before taking the next step and keep moving until the skin loses its color and the movements no longer answer to my commands, I keep going anyway since remaining stagnant is not part of being alive.